domingo, 12 de agosto de 2012

A menina que roubava livros

Classificação:


                          Realmente o livro de Markus Zusak faz jus a seu status de best-seller. É interessante, bem construído e um tanto quanto mágico. Poderia ser mais, com toda a certeza, mas é bom o suficiente para ser lido e lembrado de forma gostosa - que é como as coisas boas devem ficar na nossa memória.



            O livro é narrado pela Morte - isso mesmo, a Morte em pessoa - e nos coloca a par das desventuras da menina Liesel Meminger - a roubadora de livros -, na maior parte das vezes acompanhada do amigo Rudy. A cerne do livro se concentra na vida de Liesel, suas peripécias de roubadora e na convivência com as intempéries e demais acontecimentos da Alemanha nazista. Trata-se de um retrato da vida, da infância e da guerra. Nesse ponto, os acontecimentos históricos são um pano de fundo para o desenrolar daquilo que mais interessa ao autor: Liesel Meminger. O texto não é de uma beleza esparramada, mas das que se esconde. De passagens rápidas e simples.
                A maneira como Markus conduz o texto, mais uma vez, prova que a resposta para tudo na vida é a simplicidade: o texto é enxugado, é direto durante a maior parte do tempo. Os parágrafos são, em sua maioria, curtos e pontuados. Isso faz a leitura ficar leve e mais agradável, mas, ao mesmo tempo, pode empobrecer a percepção de narrativa para os que gostam de muito conteúdo. Claro que encher parágrafos não é sinal de riqueza de um texto, mas, visualmente, isso pode não agradar a todos os leitores. Mas agradou a milhões, o que já é ótimo...
                Confesso que não me emocionei muito até chegar aos capítulos finais. Durante todo o tempo antes do epílogo os acontecimentos apenas nos conduzem ao final, às mortes, e à inevitável queda do nazismo. Os personagens oscilam na narrativa entre suas ações propriamente ditas e as considerações da Morte. São personagens bem trabalhados, psicologicamente situados e, acima de tudo, verossímeis o suficiente para acreditarmos neles. Nesse ponto de definição de personagens e desenrolar de ações Markus é maravilhoso.
                O livro, ao caminhar para o final, mostra toda a sua força, mas ao mesmo tempo cria uma sensação de vazio. Vazio por não nos cercar com os acontecimentos - por apenas nos informar. Vazio por despejar as informações e deixar que nós conduzamos as emoções. Markus Zusak é brilhante, seu livro é maravilhoso. Só não aplaudi de pé por causa do final pouco envolvente e muito informativo, como um jornal de época.


     
         

 

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