domingo, 29 de julho de 2012

Série Fallen

Fallen

Classificação:



                É com grande satisfação que apresento a crítica de três livros que li já a algum tempo, mas que ainda não tinha conseguido apresentar. São eles, Fallen, Tormenta e Paixão, crias da mente da escritora Lauren Kate – que por sinal é muito criativa e vende bem. Mas isso não garante diversão...
Ler ou não ler Fallen não foi uma decisão tão difícil assim de se tomar, uma vez que eu já tinha lido a série Crepúsculo e pensei que o que viesse depois seria lucro. E foi a carismática série sobre anjos caídos que caiu sobre meu colo (ops, trocadilho barato!) – não exatamente um lucro grande, mas, analisando as histórias, posso dizer que obtive uma certa mais valia significativa, como poderia dizer Marx. Não quero comparar Fallen com Crepúsculo porque os livros falam de assuntos diferentes, apesar de serem para o mesmo público – adolescentes mulheres, em sua maioria – mas evitar tal comparação é impossível, de modo que tentarei ser profissional. O que afasta um do outro é a qualidade de Fallen e família em comparação com os livros de Meyer, apesar de ambos cansarem logo no segundo título. Lauren Kate tem uma narrativa impecável, voltada para a descrição de espaços e dos estados dos personagens, e isso funciona. Desafogar o mercado já abarrotado de vampiros também é bom, o que dá um ponto extra para os anjos. Mas acaba sendo só isso, e isso enjoa. E rápido.
                Fallen é interessante, denso, comunicativo e mais do que introdutório. Lauren Kate coloca os personagens num palco e vai administrando os acontecimentos, ainda que de forma lenta em muitas partes, mas de forma igualmente envolvente. Em outras partes ela desliza, como acontece quando cansa o leitor com os devaneios de Luce. Mas isso passa, assim como o livro passa fácil por quem gosta de ler. O problema é que eu esperava um pouco mais, e esse pouco não aparece nem mesmo no livro seguinte – Tormenta. Há sim, muita informação, mas é tão desinteressante que chega a doer. E essa história de amor eterno é angustiante. Já vivi demais para achar isso legal.      


                Ler Tormenta, literalmente, foi uma tormenta. Pensei em abandonar a série, mas já tinha comprados os livros, então, melhor aproveitar meu gasto inicial. Terminado Fallen, começado Tormenta, foram necessários mais de três meses - ! – para que eu conseguisse me interessar o suficiente pela sequencia para conseguir acabar com o livro. É chato demais, e agora a narrativa de Kate simplesmente não ajuda. É tudo tão desinteressante, e o afastamento temporário de Daniel parece um pouco com o que aconteceu com Eduard e Bella em Crepúsculo e, no fim das contas, você fica meio enjoado com esse amor pé-no-saco de Luce e Daniel. Passei pelo mesmo travamento quando li o horrível Lua Nova. A diferença de Meyer e Kate aqui é visível: enquanto que a mãe dos vampiros arma um palco enorme, faz o maior estardalhaço e nada acontece de sério com os principais (fala sério, não é tão bom quando um personagem do qual gostamos morre e a gente chora por ele?), Lauren Kate mostra para o que veio colocando o casal Luce e Daniel em meio a perdas verdadeiras, o que dá um tom mais real à história. Isso não salva a série, mas ajuda.


                Finalmente, o último que li da série, Paixão.  Nesse volume a autora gasta todo o seu livro e criatividade narrando as desventuras de Luce por meio de sua viagem no tempo. Menos encontros com Daniel? Com o do presente, sim, mas há uma versão do casal em praticamente todas a eras, desde o começo de tudo há 4,5 bilhões de anos (brincadeira)... Agora é sério. Dos três volumes, é o menos monótono, uma vez que praticamente cada capítulo se passa em uma época diferente. Isso garante novidades, mas, mesmo assim, é difícil você não enjoar do casal vinte. A habilidade de Lauren Kate em coordenar as ações de Luce e Daniel pelo tempo é louvável, mas, ainda assim, nada impressionante. Falta alguma coisa, e nem mesmo eu saberia dizer o que é. Acho que falta bom senso... Conversa vai, conversa vem, consegui terminar Paixão em menos de um mês, o que é bom, tendo em vista o tempo que demandou Tormenta.
                No, fim, a série Fallen, que conta com mais livros do que os que foram aqui criticados, só vale a pena se você for uma adolescente, ou no mínimo mulher – ambas extremamente desesperadas por diversão. De resto, é tão meloso e lento que fica praticamente intragável a qualquer um que espere mais ação.      
                Enquanto isso leio A batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr; A menina que roubava livros, de Markus Zusak e O Turno da Noite 1, de André Vianco. Boas leituras!